A Reforma Tributária tem sido um dos temas mais discutidos nos últimos meses, e não é para menos. As mudanças propostas prometem simplificar o sistema, unificar tributos e impactar diretamente empresas e consumidores.
Mas, afinal, como essas mudanças tributárias irão impactar as indústrias?
Neste artigo, vamos explicar os principais pontos da reforma, seus possíveis efeitos na economia e o que sua indústria precisa saber para se preparar para essa nova realidade tributária.
O Que É Reforma Tributária?
A Reforma Tributária é um conjunto de mudanças no sistema de arrecadação de impostos do país, com o objetivo de torná-lo mais simples e eficiente.
No caso do Brasil, a proposta busca corrigir distorções históricas, reduzir a burocracia e melhorar o ambiente de negócios, tornando a tributação mais transparente e equilibrada.
Atualmente, o sistema tributário brasileiro é complexo, com diversos impostos cobrados em diferentes esferas (federal, estadual e municipal), gerando mais dificuldades para empresas e consumidores, além de encarecer produtos e serviços.
De acordo com a KPMG, “a carga brasileira é uma das mais altas do mundo, representando cerca de 33% do PIB. O atual modelo é conhecido por sua complexidade, com dezenas de taxas e obrigações acessórias, exigindo das empresas uma estrutura contábil robusta para garantir conformidade e evitar penalidades”.
O Que Irá Mudar Com A Reforma Tributária?
A nova Lei Complementar nº 214/2025 foi sancionada no último dia 16 de janeiro, e traz regras detalhadas para a implementação do novo sistema de tributação sobre o consumo no Brasil.
A principal mudança será a unificação de tributos para simplificar a cobrança de impostos e tornar o sistema mais eficiente para empresas e consumidores.
Alexandre Gera, CEO da DigiComex, afirma que “a Reforma Tributária vem simplificar em todos os sentidos, promovendo a apuração desses impostos e simplificando a vida do consumidor, desde o pão até a compra de um carro, por exemplo”.
Com a reforma, cinco impostos serão substituídos por um IVA Dual, que será dividido em dois:
CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – administrado pela União, reunindo PIS, Cofins e IPI.
IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – gerenciado por estados e municípios, unificando ICMS e ISS.
Além desses dois, existirá o Imposto Seletivo (IS), conhecido como “Imposto do Pecado”, administrado pela União, que tem o objetivo de desestimular o consumo de itens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
O Ministério da Fazenda afirma que a Reforma Tributária possui três objetivos principais: fomentar o crescimento econômico sustentável, gerando emprego e renda; diminuir as desigualdades sociais e regionais por meio de um sistema tributário mais justo; e simplificar o sistema tributário, mantendo a transparência e promovendo uma maior cidadania fiscal.
A reforma carrega mudanças importantes, como o fim da cobrança em cascata, que impactava os custos das empresas ao tributar insumos e produtos em diferentes etapas da cadeia produtiva. Veja a imagem abaixo com as mudanças da Reforma Tributária:
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Segundo a Deloitte, a Reforma Tributária será implementada gradualmente, seguindo um cronograma de transição já definido. O processo começa em 2026, com um ano de testes, onde a CBS terá uma alíquota de 0,9% e o IBS, de 0,1%, enquanto a alíquota do Cofins será reduzida em 1%.
Em 2027 até 2028, a CBS entrará em vigor plenamente, substituindo o PIS e o Cofins. Além disso, as alíquotas do IPI serão reduzidas, exceto para a Zona Franca de Manaus.
Entre 2029 e 2032, a transição do ICMS e ISS para o IBS será feita de forma progressiva, com o aumento gradual do IBS e a redução das alíquotas dos tributos antigos.
Por fim, em 2033, a transição será concluída, extinguindo ICMS, ISS e IPI, deixando apenas os novos impostos CBS e IBS em vigor.
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Quais Os Impactos Da Reforma Tributária Para As Indústrias?
A implementação da reforma trará mudanças significativas na operação das indústrias, exigindo adaptação das empresas, que precisarão reavaliar custos, preços e estratégias fiscais. Entender esses impactos será essencial para que a indústria mantenha sua competitividade e aproveite as oportunidades desse novo cenário tributário.
A KPMG explica que a reforma “promove mudanças nos prazos e datas de recolhimento dos tributos, o que exigirá adaptação rápida por parte das empresas. Em setores como a indústria e o agronegócio, nos quais os incentivos fiscais têm grande importância, será necessário revisar projetos e investimentos, o que representa um desafio adicional”.
A Reforma Tributária exigirá uma adequação estratégica por parte das indústrias, para minimizar riscos e maximizar oportunidades. A simplificação dos tributos e a substituição dos impostos atuais pelo IVA Dual impactarão diretamente a operação, desde a emissão de notas fiscais até a gestão logística.
A seguir, entenda alguns impactos que a reforma pode gerar para as indústrias:
Impacto | Como pode afetar? |
Emissão de notas fiscais | Com a unificação dos tributos, os sistemas de faturamento precisarão ser adaptados para garantir conformidade com as novas regras. |
Alterações nos sistemas ERP | Empresas precisarão atualizar seus softwares de gestão para acompanhar as novas exigências fiscais e garantir uma transição eficiente |
Fim de incentivos fiscais | A extinção de alguns benefícios regionais, especialmente relacionados ao ICMS, pode gerar impactos financeiros, exigindo uma reestruturação do planejamento tributário. |
Revisão de contratos entre fornecedores e clientes | Com novas regras de tributação, custos e precificação podem mudar, demandando ajustes contratuais para evitar impactos negativos na cadeia produtiva. |
Impactos na logística e distribuição | A nova forma de cobrança de impostos pode alterar a competitividade entre estados, influenciando decisões estratégicas sobre localização de centros de distribuição e rotas logísticas. |
Gera aconselha as indústrias que estejam antenadas aos prazos e que participem de todo o processo da Reforma Tributária, pois pode haver dificuldade de controle durante essa transição. Segundo o CEO, “quem fizer essa lição de casa corretamente, lá na frente, terá uma previsibilidade de impostos e terá uma redução de custos e tempo mais palpável em relação ao que temos atualmente”.
Quais As Vantagens E Desvantagens Da Reforma Tributária?
Com a unificação de tributos e mudanças na arrecadação, as indústrias podem se beneficiar de um sistema mais simples e transparente, mas também enfrentar desafios na adaptação e possíveis aumentos de custos.
Para entender melhor os impactos dessa mudança, é essencial analisar as principais vantagens e desvantagens que ela trará para o setor. Veja a seguir as principais vantagens e desvantagens que listamos
Principais vantagens:
Redução da complexidade do sistema burocrático: Ao unificar os impostos e simplificar as alíquotas, o sistema tributário se tornará mais acessível e menos burocrático para as indústrias, permitindo uma gestão mais ágil e eficiente dos tributos.
Aumento da eficiência e da competitividade: Com um ambiente tributário mais transparente, as empresas brasileiras se tornarão mais atraentes para investimentos estrangeiros, impulsionando a produtividade das indústrias e fomentando a geração de novos empregos.
Redução da carga tributária: A diminuição dos tributos não só alivia o peso financeiro sobre as empresas, como também aumenta o poder de compra dos consumidores, estimulando a atividade econômica e promovendo um ciclo de crescimento sustentável.
Melhor planejamento estratégico: As empresas contarão com uma visão mais clara dos tributos a serem pagos, o que facilitará o planejamento financeiro e estratégico, permitindo decisões mais assertivas e sustentáveis para o futuro dos negócios.
Principais desvantagens:
Processo de transição desafiador: Ao mesmo tempo em que as indústrias precisam se adaptar às novas regras, necessitam continuar cumprindo as obrigações do sistema atual. É um processo que demanda tempo até ser totalmente absorvido pelas empresas.
Imprevisibilidade durante o processo: As indústrias podem ter dificuldade de projeção dos impactos financeiros imediatos, exigindo uma gestão estratégica ainda mais cuidadosa, uma vez que, pode haver incertezas quanto às obrigações fiscais.
Processo pode ser mais custoso: a implementação das novas regras exige a atualização de sistemas de contabilidade e gestão tributária, o que pode ser demorado e custoso.
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Como Preparar A Logística Da Sua Indústria Para a Reforma Tributária?
É necessário se preparar para esse processo da Reforma Tributária. Para Alexandre Gera, é fundamental investir em três pilares que são: tecnologia, processo e procedimento. Dessa forma, as empresas não apenas acompanham as mudanças da reforma de maneira mais eficaz, mas também fortalecem sua estrutura operacional, tornando-se mais preparadas para enfrentar desafios e aproveitar novas oportunidades de crescimento.
A adaptação às novas regras tributárias não precisa ser um obstáculo para o crescimento da sua indústria. Com o V-Comex, você automatiza processos, garante conformidade com a legislação e mantém total controle sobre suas operações de comércio exterior e logística.
Nossa plataforma foi desenvolvida para simplificar a gestão, reduzir burocracias e eliminar gargalos, tornando a transição para o novo sistema tributário mais ágil e previsível. Com a V-Comex, sua indústria pode alcançar:
🔹 Automação e conformidade tributária sem complicação;
🔹 Mais controle e eficiência na logística industrial;
🔹 Processos mais ágeis para uma tomada de decisão estratégica.
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