A gestão multigeracional é um conceito que tem se tornado cada vez mais relevante no ambiente corporativo contemporâneo em vista do momento que vivemos. Com a convivência de diferentes gerações no local de trabalho – como nunca antes experimentamos –, as empresas enfrentam o desafio de integrar e valorizar as diversas experiências e perspectivas que cada grupo traz.
Muito tem se falado da geração Z e de seu novo jeito de encarar o trabalho e o mundo. Porém, quero refletir com você sobre um grupo de profissionais que, apesar de já estar no jogo corporativo há muito tempo, merece toda a nossa atenção: os talentos 50+.
Esses profissionais, que frequentemente sofrem com etarismo, possuem uma vasta experiência acumulada ao longo de suas carreiras. E, em linhas gerais, trazem consigo vivências que os habilitam a atuar como mentores e a aportar perspectivas diferenciadas, especialmente no que diz respeito a soluções de problemas complexos, prazos e prioridades.
Apesar de minha empresa ter dois anos de atuação, absorvemos, em nosso nascimento, a equipe de uma multinacional que retirou a presença em solo brasileiro. Em sua maioria, eram profissionais com muitos anos de casa, totalmente integrados com a temática. Porém, como movimento natural de crescimento, passamos a contratar mais pessoas, com perfis diversos e, muitos deles, mais jovens. Isso formou um caldo multigeracional na Vockan, com GenZ de um lado, 50+ do outro, Geração X e Millennials no meio, fazendo com que o desafio da integração aparecesse.
Entendo que é normal que a geração Z chegue com tudo, quebrando paradigmas e nos fazendo refletir sobre questões como gestão do tempo e saúde mental. Mas não podemos deixar que isso descarte o que há de precioso em outros grupos geracionais que também povoam os escritórios. De acordo com estudo da EY, 32% das mulheres e 19% dos homens 50+ enfrentam desemprego há mais de um ano. Você já pensou quanta inteligência está sendo desperdiçada?
As empresas que querem estar à frente de seus mercados não podem se dar ao luxo de escolher entre gerações, precisam ter consigo os melhores profissionais, independentemente do ano de nascimento. Para tanto, é preciso que as lideranças desenhem estratégias de valorização que respeitem os interesses de cada grupo. Entre elas, destaco algumas opções:
- Programas de Mentoria: Criar programas que incentivem a troca de conhecimentos entre gerações, nos quais os profissionais mais experientes possam orientar os mais jovens e vice-versa, elaborando um esquema de mentoria reversa;
- Treinamento e Desenvolvimento: Oferecer oportunidades de capacitação para cada grupo geracional, entendendo as lacunas de conhecimento de cada time e atuando sobre elas;
- Cultura Inclusiva: Promover uma cultura organizacional que valorize a diversidade etária, reconhecendo as contribuições únicas de cada geração;
- Flexibilidade: Implementar políticas de trabalho flexíveis que atendam às necessidades de todos os colaboradores.
A gestão multigeracional é uma oportunidade para as empresas se beneficiarem de uma força de trabalho diversificada e rica em experiências. Valorizando os talentos 50+, as organizações não apenas promovem um ambiente de trabalho mais inclusivo, mas também garantem que estão aproveitando ao máximo o potencial de todos os seus colaboradores. A integração de diferentes gerações pode ser a chave para a inovação e o sucesso no ambiente corporativo atual.
originalmente publicado na TI Inside